Proposta de farmácia 24h divide opiniões em São Pedro

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Atendimento 24h pode ser feito com auxílio de 'campainha' segundo a proposta;
Atendimento 24h pode ser feito com auxílio de 'campainha' segundo a proposta;

A possibilidade de um rodízio entre farmácias para um atendimento 24 horas tem dividido as opiniões em São Pedro. O Projeto de Lei Complementar 1/18, que prevê esta medida, foi retirado de pauta em sessão camarária realizada nesta segunda-feira (2). Um pedido de vistas foi aprovado por nove dos 13 vereadores que compõem o Legislativo.

O texto, de autoria dos vereadores Elias Candeias (PP), Robinho (PSL) e Gilberto Vieira (PDT) previa que os estabelecimentos da cidade se alternassem para garantir atendimento todos os dias da semana de forma ininterrupta. A sessão contou com a presença de dois donos de farmácias na cidade.

Se a proposta for aprovada, as farmácias e drogarias ficarão obrigadas a fixar placas indicativas em suas portas frontais e cópia dos horários de plantões. Um dos autores da proposta, Elias Candeias afirmou que a farmácia 24 horas se tornou uma necessidade para o município.

Elias é um dos autores da proposta;
Elias é um dos autores da proposta;

“Com relação à segurança, a PM e a própria GCM já adiantou no ano passado que dariam todo o suporte dentro do possível. O que não pode é destacar profissional apenas para isso. A cidade cresceu, muita gente tem me consultado sobre a possibilidade de ter a farmácia 24 horas e trata-se de um rodízio. Cada farmácia teria que abrir uma vez a mais no mês. É viável”, disse.

Vereador e médico, Giuliano Antonelli adotou um discurso de consenso e disse que o melhor caminho é ouvir tanto farmacêuticos como a população para chegar a um acordo.

Giuliano: "Precisamos chegar a um denominador comum."
Giuliano: “Precisamos chegar a um denominador comum.”

“Sou a favor, a cidade está crescendo. Mas também temos que ouvir o lado dos farmacêuticos antes de votar, debruçar nos prós e contras. Propus uma reunião ainda esta semana para chegar a um denominador comum”, ressaltou.

Atualmente, as farmácias garantem expediente mínimo de 2ª a 6ª, das 8h às 20h, e aos sábados das 8h às 18h. Casos de venda de medicamentos e funcionamento fora destes horários são de livre espontaneidade dos donos destes estabelecimentos.

Robinho disse ser a favor do texto;
Robinho disse ser a favor do texto;

Robinho também saiu em defesa da proposta e levou em consideração a expansão de São Pedro para justificar sua posição.

“Existe uma lei federal.  Estamos apenas trazendo para a realidade do município. São Pedro necessita de farmácia 24 horas, é algo que está sendo exigido de nós parlamentares.”

Já Du Sorocaba adiantou que vai defender a matéria até o dia da votação.

Du Sorocaba: "Pacientes já tiveram que ir a Piracicaba." Foto: Cristiano Oliveira
Du Sorocaba: “Pacientes já tiveram que ir a Piracicaba.” Foto: Cristiano Oliveira

“Sou a favor, sempre vemos relatos de pessoas que tomam remédio controlado e tiveram que ir até Piracicaba para comprar”, disse.

O vereador ressaltou ainda que medidas como esta podem ajudar no desenvolvimento da cidade.

“Era da mesma forma com os mercados que abriam até às 18h. Chegaram mercados maiores e isso revolucionou a cidade”, exemplificou.

Adriano: "Farmacêuticos têm relatado dificuldades."
Adriano: “Farmacêuticos têm relatado dificuldades.”

Adriano Vitor disse que já está em contato com os farmacêuticos, que têm relatado dificuldades em manter este tipo de atendimento. “Não houve abertura para falar com os empresários e farmacêuticos. Eles já nos passaram que é inviável, um custo altíssimo. Não podemos transferir para a iniciativa privada mais um ônus incapaz de ser suportado. Temos a UPA aberta 24 horas em caso de necessidade”, concluiu.

Medidas de segurança

O texto do projeto diz que, por medida de segurança, o atendimento das farmácias e drogarias plantonistas poderá ser feito com o sistema de campainha, janela ou porta reduzida para contribuir com a segurança de quem trabalha no período noturno.

Não será obrigatório tirar nenhum tipo de licença exclusiva por parte dos donos de farmácias e drogarias para funcionamento em período noturno. Se a lei entrar em vigor e as farmácias e drogarias escaladas por plantão não funcionarem, o estabelecimento estará sujeito a perder sua autorização de funcionamento pela prefeitura.

1 COMENTÁRIO

  1. Prezados, como um fato conhecido como “fato da administração”, ou seja, por motivos de interesse público, o Estado (ente municipal, por meio de seu poder legislativo) oneraria substancialmente o ente privado, em vez de, fornecer por meios próprios, já que que possui drogarias e farmácias públicas que garantiriam tal necessidade. Ademais, a lei é individual e concreta, abarcando, apenas, algumas drogarias, excluindo as com manipulação, por exemplo. Não se trata de uma norma geral e abstrata. Portanto, há um claro desvio de finalidade da proposta legislativa, passível de questionamento na via judicial, além de responsabilidade civil a ser arcada pelo ente municipal. Ademais, levarei a situação ao deputado Mendes Thame e à TV JUSTIÇA, comentando sobre tais pontos aqui explanado. Lembrando que a lei deve ser dirigida a todos, evitando abusos por parte dos poderes que emanam do ente municipal.

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